Sim, esperar.*



Esperar demais faz perder o sentido das coisas.
Parece não, tenho certeza que perde o sentido.
Tenho notado que ou a gente espera demais ou anda sem tempo de esperar.
Extremos, sempre.
Ah, seres humanos, e suas extremas extremidades...
O tempo não para.
O tempo voa.
A gente envelhece tão, tão, tão rapidamente... nem a velhice espera...
A flor brota e floresce.
O sol nasce o se poem todos os dias.
Certo, exceto os que chovem, eu sei.
E a gente vive uma longa e infinita espera.
Uma busca incerta por:
Pelo momento certo.
O melhor dia.
A pessoa certa.
E se não existir?
E se não chegar?
E porque não tentar?
Pra quê esperar tanto? 
A gente já passa horas esperando ônibus e lotação!
A gente espera demais.
A vida vai acabar e a gente insiste em esperar.
A gente espera por coisas desnecessárias.
E acaba esquecendo  esperar de nós mesmo uma atitude de amor próprio.
Acabamos esquecendo de esperar por nós, nos deixamos parados lá na esquina, no ponto de ônibus, parados e perplexos, com tamanha deslealdade própria.
Sim, não nos esperamos.
Sempre fugimos.
Acabamos fugindo, de tudo que nos cause um certo medo, uma insegurança, uma certa lembrança.
Fugimos, do amor.
Fugimos da paixão.
Fugimos da dor.
Não esperamos para ver o que vai acontecer, apenas, damos as costas para o que poderia ser uma bela história de vida, ou não.
Mas que por falta de tempo, ou vontade, medo ou ansiedade, não esperamos.
Apenas, adiamos, protelamos, postergamos.
Afinal, vida corrida essa não?

Bem, eu vou esperar que alguém leia este texto, e que venha conversar.
Sobre, tempo, sobre espera, sobre paisagem.
Vou apenas esperar.
Sim, esperar.

Eu sempre fui do tipo de pessoa que espera, por mim e pelos outros.
Por todos.



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